Cá estou, na minha terrinha

Já há um mês que não sentia o cheiro da natureza e garanto que é uma alegria estar aqui. Sim, chegar a minha terrinha e ver todas aquelas coisas que tive que "deixar para trás", por causa de um sonho, é maravilhoso.

As coisas parecem paradas no tempo, tudo está na mesma, mas sempre que aqui venho vou com um brilhozinho nos olhos para o nosso Abrantes.
É verdade, a minha aldeia, no meio do nada, a 27kms do Fundão, será sempre a melhor terra do mundo. Aqui, podemos apreciar o sossego, a paz e tudo o que uma boa aldeia, no meio das serras, tem para nos dar.

Está meio morta, é certo, há muito que a desertificação também chegou aqui, mas não deixa de ter aquela graça e beleza que tantos apreciam. Por alguma razão se enche de gente todos os santos Verões e, ver os sorrisos de felicidade que têm ao rever a família, após um longo ano longe daqui, é de ficar sem palavras.

Se eu que venho aqui, pelo menos uma vez no mês, tenho imensas saudades, nem quero imaginar essas pessoas, que passam tanto tempo longe, longe do sítio que os viu nascer, longe das suas famílias.

A distância fez-me dar-lhe mais valor!
Sair à rua e respirar ar puro, ouvir os passarinhos cantar de alegria, ver pessoas na rua que nos dão sempre um "olá!" com um sorriso na cara, tudo isto faz falta.